Tendência é impulsionada por mudanças sociais e avanços na medicina

Devido às mudanças sociais e ao aumento da autonomia das mulheres, cada vez mais, a maternidade é adiada. Em 12 anos (de 2010 a 2022), o número de mulheres que se tornaram mães com 40 anos ou mais cresceu 67,5%, segundo o IBGE. A faixa etária de mães de 30 a 39 anos também cresceu consideravelmente: 19,7%.
Nos anos 2000, a maior parte das mulheres tinha filhos com a idade média de 25,3 anos. Em 2020, a idade subiu para 27,7 anos. Até 2070, a maternidade pode chegar ainda mais tarde: aos 31,3 anos de idade, como apontam as Projeções de População do IBGE, com dados do Censo Demográfico de 2022.
A gravidez tardia tem impacto direto no número total de nascimentos no Brasil. Por isso, espera-se que em 2041 a população brasileira passe a diminuir após atingir o máximo de pouco mais de 220 milhões de habitantes.
Por que as mulheres estão sendo mães mais tarde?
A maternidade após os 40 anos de idade pode se dar por diversos fatores. Um deles é que, se antes as mulheres eram ensinadas a ficar em casa e se dedicar apenas à família, hoje elas têm a chance de ter uma carreira profissional e despender tempo no trabalho remunerado.
Usando os primeiros anos da vida adulta para se dedicar ao crescimento profissional, mais mulheres têm optado por deixar a maternidade para depois. Isso porque ela pode demandar uma diminuição da carga e intensidade do trabalho para os cuidados com o bebê.
Mais perto dos 40 anos, é provável que a mulher já tenha uma certa estabilidade na carreira e uma situação financeira melhor, o que possibilita uma gestação mais tranquila e segura.
Além disso, os avanços na medicina permitem que as mulheres que escolheram (ou não) deixar a maternidade para depois possam engravidar com tranquilidade no momento ideal. O acesso a tratamentos médicos não só facilita a gestação, mas torna o processo menos estressante.
A possibilidade de gestação tardia
Apesar de existir a possibilidade de engravidar naturalmente mesmo após os 40 anos, especialistas sugerem que as mulheres que têm esse sonho se preparem para isso com antecedência. Quanto antes for tomada a decisão sobre uma futura gestação, mais chances de sucesso.
Um dos caminhos possíveis é a fertilização in-vitro, em que a mulher pode deixar os óvulos congelados para usar (fecundar) mais tarde, impedindo que eles “envelheçam”. Para o congelamento, não é necessária cirurgia, apenas a coleta via transvaginal, com sedação.
A técnica consiste em uma reprodução assistida, visto que a fecundação do óvulo pelo espermatozoide é feita em laboratório. Só depois o embrião é transferido para o útero da mulher, onde vai se desenvolver.
Além dos cuidados médicos, uma rede de apoio, seja de familiares ou amigas, também é essencial para garantir uma gravidez tardia mais segura. Contar com pessoas ao redor para ajudar a superar os desafios proporciona mais conforto e tranquilidade para o bom desenvolvimento da gestação.
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