
Durante anos, circulou a ideia de que toda prótese de silicone deveria ser substituída após 10 anos de colocação. Essa crença, porém, não se sustenta diante das evidências científicas mais recentes. De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), mais de 1,6 milhão de cirurgias de aumento de mama foram realizadas em 2023 no mundo, sendo o Brasil o segundo país que mais realiza o procedimento, atrás apenas dos Estados Unidos. Com o número crescente de pacientes, também aumentam as dúvidas sobre a durabilidade e a segurança dos implantes.
Segundo o Dr. Hugo Sabath, cirurgião plástico da Clínica Líbria, a troca não deve ser feita de forma automática.
“Não existe uma data de validade para a prótese. O que determina a necessidade de substituição são fatores clínicos e não o tempo de uso. Muitas pacientes vivem bem com seus implantes por 15, 20 anos ou mais, sem qualquer necessidade de troca”, explica o especialista.
Quando a troca é realmente indicada?
A substituição das próteses pode ser necessária em situações específicas, como:
- Ruptura ou vazamento do implante, detectados por exames de imagem;
- Contratura capsular, quando o tecido ao redor da prótese endurece, causando desconforto ou alteração estética;
- Mudança no desejo da paciente, alteração de tamanho, formato ou até retirada das próteses;
- Complicações raras, como infecção ou deslocamento do implante.
O FDA (Food and Drug Administration), órgão regulador dos Estados Unidos, recomenda que mulheres com próteses de silicone façam ressonância magnética ou ultrassom a partir do 5º ano após a cirurgia e, depois, a cada 2 a 3 anos. O objetivo é acompanhar a integridade do implante, mesmo que a paciente não apresente sintomas.
Desfazendo o mito dos 10 anos
Estudos clínicos apontam que os implantes modernos são mais resistentes e seguros do que os de décadas passadas. A American Society of Plastic Surgeons (ASPS) destaca que a durabilidade média pode ultrapassar 15 anos, dependendo do organismo da paciente e dos cuidados adotados.
Dr. Hugo Sabath reforça que a principal recomendação é manter o acompanhamento regular:
“A paciente não deve se preocupar apenas com o tempo. O mais importante é observar sinais como dor, deformidade ou alterações no exame de imagem. Na ausência de problemas, não há indicação de troca preventiva”, orienta.
Dicas para quem tem prótese de silicone
- Agende consultas periódicas com o cirurgião plástico para avaliação clínica;
- Realize exames de imagem de controle conforme orientação médica (ultrassom, ressonância magnética ou mamografia, quando indicada);
- Esteja atenta a sinais de alerta, como dor persistente, endurecimento ou assimetria;
- Não adie a consulta caso perceba mudanças no aspecto estético das mamas;
- Mantenha hábitos saudáveis, já que fatores como tabagismo podem influenciar na cicatrização e na saúde do tecido mamário.
Conclusão:
A decisão sobre trocar ou não a prótese deve ser individualizada, considerando o histórico clínico da paciente, exames de imagem e a avaliação do cirurgião.
“A cirurgia plástica deve sempre prezar pela segurança. Por isso, reforçamos que o acompanhamento contínuo é o melhor caminho para manter a saúde e a tranquilidade das pacientes”, finaliza Dr. Hugo Sabath.