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Dor e dormência nas mãos? Conheça os sintomas da Síndrome do Túnel do Carpo

Causada por uma compressão no nervo mediano ao nível do punho, a síndrome do túnel do carpo provoca um tipo de Dor Neuropática Localizada que pode afetar o cotidiano dos pacientes

Quando comprimido ao nível do punho, o nervo mediano é responsável pela síndrome que pode gerar dor, cãimbras e dormência na área.

Muitas das atividades que as pessoas realizam diariamente envolvem a execução de movimentos contínuos e repetitivos com as mãos e punhos, sejam elas tarefas domésticas ou de trabalho, como uso do celular ou computador, ou até mesmo praticar esportes. No entanto, o mau posicionamento do punho e o uso de força excessiva(1) em algumas dessas ações podem causar inflamação e deterioração dos nervos sensitivos e motores localizados ao nível do punho, causando danos ou alterações em suas funções(2).

Esse tipo de compressão é conhecida como síndrome do túnel do carpo (STC), a neuropatia por encarceramento de nervo mais comum, estimando-se que afete até 5% da população mundial(3). Sabe-se também que entre 50% e 90% dos casos de STC estão ligados às atividades laborais e ao esforço que elas implicam em função do trabalho físico(4). Segundo o doutor André Tsai, Presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA) e Presidente do Comitê de Dor da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT-ABDOR), “as pessoas com esta condição chegam a sentir formigamento, cãibras, dormência e até mesmo dor na região afetada, a qual geralmente é a mão dominante, mas pode se estender até o ombro. Tudo isso impacta na qualidade de vida, nas funções físicas e atividades cotidianas das pessoas”.

Além disso, essa síndrome pode originar outras complicações que agravam a situação do paciente, como a dor neuropática localizada (DNL), um tipo de dor cuja principal característica é desenvolver-se em áreas consistentes e limitadas a uma superfície menor que uma folha de papel tamanho carta(5). Estima-se que a DNL afete 60% dos pacientes de dor neuropática(6), sendo esta a que tem maior probabilidade de causar incapacidade, pois tende a se tornar crônica.

“Em estágios avançados, quando as compressões nervosas são muito severas ou prolongadas, podem ser gerados danos irreparáveis, gerando atrofias, fraqueza muscular e até perda de sensibilidade, limitando significativamente o desenvolvimento da vida profissional e pessoal das pessoas”, alerta Tsai.

O especialista destaca ainda que um tratamento integral e gradual é importante para evitar que a dor se torne crônica.

“O primeiro passo no tratamento dessa síndrome é evitar os fatores de risco que causam a STC, como má postura na região das mãos e punhos. Isso é acompanhado pelo manejo farmacológico da dor neuropática, que pode ser sistêmica ou pela aplicação de drogas localizadas na área afetada, e também tratamentos como a fisioterapia e acupuntura, que também ajudam a atenuar os sintomas da STC”, conclui o doutor.

Referências

(1) Causas, características y síntomas del Síndrome de Túnel Carpiano. Cómo diagnosticar el síndrome del túnel carpiano (2013). Disponível em https://mgyf.org/wpcontent/uploads/2017/revistas_antes/V2N8/V2N8_244_247.pdf

(2) Social determinants of health and physical activity are related to pain intensity and mental health in patients with carpa tunnerl syndrome (2023). Disponível em https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2468781223000085?via%3Dihub

(3) Prevalencia mundial del Síndrome de Túnel Carpiano. Factores asociados con la calidad de vida en pacientes con síndrome de túnel carpiano (2014). Disponível em http://www.scielo.org.co/pdf/anco/v30n2/v30n2a04.pdf

(4) Análisis de factores de riesgo laborales y no laborales en Síndrome de Túnel Carpiano (STC) mediante análisis bivariante y multivariante (2016). Disponível em https://scielo.isciii.es/pdf/medtra/v25n3/original1.pdf

(5) e (6) Características y prevalencia del dolor neuropático localizado (DNL). Consenso multidisciplinario de diagnóstico y tratamiento del dolor neuropático periférico y localizado en México (2019). Disponível em https://www.scielo.org.mx/pdf/gmm/v155n4/0016-3813-gmm-155-4-428.pdf