Batata, banana, cenoura, cebola e outros são alguns dos alimentos que registraram alta nos preços em razão da baixa quantidade disponível nos supermercados. Saiba mais
Em razão da baixa oferta de hortaliças e frutas nas principais redes de hortifrutis e supermercados do país, o mês de setembro registrou alta desses produtos, encarecendo a lista de compras do brasileiro.
Conforme dados da Conab – Companhia Nacional de Abastecimento, apontados no 10º Boletim do Prohort – Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro, a batata encareceu 18,49%. A banana, por sua vez, 15,08%.
Cebola, laranja, cenoura, maçã e mamão também registraram aumento no setor de hortifruti e também noutros 13 Ceasas espalhados pelo país.
O que justifica o aumento?
Embora a batata estivesse com os preços em queda desde maio, a entrega na produção mineira e paulista ciu respectivamente 8 e 30% nos meses de agosto e setembro. Antes, a distribuição era maior em virtude da safra de inverno.
Outro fator que prejudicou a oferta de batata nos principais pontos de venda foi o mau tempo, com registro de chuvas mais intensas na lavoura.
O aumento de preço da batata mais expressivo foi no Ceasa de Brasília, com 71,54%, seguido dos Ceasas do Espírito Santo – 32,96% e do Rio de Janeiro, 31,98%.
Preço alto das bananas
Principalmente a nanica e a prata, teve o preço aumentado em virtude também da baixa produção em cidades como Registro-SP, no norte de Minas Gerais e no norte de Santa Catarina.
Com relação aos valores na barraca, os ceasas de Goiás, Paraná e Espírito Santos registraram o preço mais salgado: respectivamente 23,84%, 29,77% e 24,5%.
Contudo, nem toda produção de banana foi comprometida. Em Petrolina/Juazeiro (Vale do São Francisco), o cultivo da banana prata não foi afetado pelo clima frio, propiciando preços atrativos nas Ceasas nordestinas.
Alta no preço das hortaliças
O boletim do Prohort analisou resultados envolvendo cinco hortaliças: cebola, cenoura, tomate, alface e a já mencionada batata.
O clima frio e as chuvas constantes também impactaram a colheita desses cultivos em várias regiões do Brasil, encarecendo os preços em razão da baixa oferta nos mercados. Uma região cujo cultivo que sofreu com o clima foi São Gotardo – MG.
A cenoura não parou de registrar queda nos preços até chegar em agosto, atingindo o nível mais baixo do ano. Depois, por conta da baixa produção em Minas Gerais (-11%), São Paulo (-3%) e Goiás (-25%), teve aumento de 5,28% no preço final.
A cebola tem aumento dos preços por conta da baixa produção em estados como Bahia e Pernambuco. No acumulado de 2022, para se ter uma ideia, a produção de cebola nesses estados caiu aproximadamente 40% com relação à de 2021.
Por isso, em setembro, o preço médio da cebola subiu 7,77%.
Alta no preço das frutas
Entre as hortaliças houve queda apenas nos preços da alface, de 11,26%, uma vez que o tomate não apresentou tendência uniforme nas Ceasas analisadas, e os preços tiveram variação negativa de 0,51%, na média. As maiores altas no tomate foram observadas nas Ceasas de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, enquanto as baixas em Pernambuco, Ceará e Acre.
Frutas
O Boletim do Prohort analisou mamão, melancia, banana, maçã e laranja. Destes, a melancia foi a única fruta que registrou queda no preço, de 19,47%. Destaque para a cidade de Uruana, em Goiás, e para outras regiões de Tocantins que fornecem a fruta.
A laranja, por sua vez, encontra na indústria de suco, o equilíbrio da balança comercial uma vez que a demanda geral do mercado está baixa. Por isso, o preço médio da fruta subiu 2,7% em setembro.
A maçã, por sua vez, teve alta de 5,37% no preço tanto em razão da baixa produção quanto pela quebra da safra, que culminou em estoques baixos nas câmaras frias. Há ainda a possibilidade de novos aumentos, com a entrada de frutas como o pêssego e a ameixa nos mercados.
O mamão também teve um aumento mais baixo, de 2,37% no preço, em razão da grande produtividade de papaya, que permitiu aos setores produtivos manter as rentabilidades.
Mamão
Para o mamão, as cotações se elevaram em virtude, principalmente, da restrição da oferta da variedade formosa, uma vez que a produção de papaya registrou aumento. “Essa combinação propiciou melhor controle da comercialização e fez com que os produtores desse tipo de mamão tivessem margem para até mesmo manter o preço sem perder rentabilidade”, anunciou a Conab. O preço médio do mamão teve alta de 2,37%.